sábado, 10 de maio de 2008

Volúpia

No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A núvem que arrastou o vento norte...
--- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...


Florbela Espanca



Type O' Negative - Bloody Kisses


Não vai tão longe
O dia de inverno chuvoso
Toda a sua dor
Ela já não pode esconder
Nenhum grito por ajuda
Ela se matou
Amor e Vida não podem ser poupados
Ela levou ambos para o sepulcro

Um par de almas é desfeito
Onde eram dois, agora um
Divididos por essa parede de morte
Mas logo eu os unirei
Com meu sangue eu acharei seu amor
Você encontrou forças para acabar com sua vida
Como você fez também devo fazer

Oh não, por favor não vá
É como uma morte na família

Uma piscina morna e profunda
Me acalma para o sono infinito
Sua mão em mim/ Eu serei valente
Me leve desta terra
Uma noite infinita/ Isto, o fim da vida
Da escuridão eu sinto seus lábios
E provo seu beijo sangrento
Não morra em mim

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